De todas as ilhas do Mar Mediterrâneo, a francesa Córsega é uma das menos conhecidas. E por consequência, uma das menos visitadas.
Constantemente associada a mafiosos, ela tem MUITO mais a oferecer do que velhos fumando charuto e comandando famílias de criminosos (na verdade eles quase não existem mais!).
Nosso amigo e cantor Renê Nunes não consegue ficar muito tempo longe da ilha francesa. Ele conhece todos os detalhes da Córsega como poucos e hoje conta um pouco disso pra gente, incluindo essa dica de hospedagem: o Detecta Hotel! Com ele você pode economizar até 80% do valor das diárias!
Através da música pude conhecer muitos lugares bonitos pelo mundo, mas quando recebi um convite para cantar na Ilha de Córsega me surpreendi com aquele lugar tão lindo e exuberante. Pensei: descobri o verdadeiro paraíso!
Nunca tinha ouvido falar sobre esse lugar por se tratar de França. Tanto é que depois da primeira vez em que estive na Córsega - em 1996 - não parei mais de ir. E consegui unir o útil ao agradável, música e turismo, criando um circuito em minha vida que me proporciona somar o trabalho e a qualidade de vida.
Terra natal de Napoleão Bonaparte, é possível conhecer a casa onde ele nasceu que foi transformada em um museu. Sem botar fogo nessa conversa, mas descobri que na realidade os corsos não são tão fãs de Napoleão porque ele lutou pela França e não pela Córsega, entregando a ilha ao franceses. Bem curioso é que os corsos ainda tentam a independência da França, embora seja muito difícil isso acontecer. Eles são muito nacionalistas e mantêm o dialeto corso até hoje.
Se percebe na música corsa uma forte carga de emoção, sofrimento e sentimentos que refletem o tema de liberdade e a beleza das montanhas. A principal característica das musicas é a abertura das vozes - “polifonia” - tradição que não se perdeu e é bem comum escutar canções e grupos tocando por toda a ilha.
Por sua localização no mapa, sempre foi invadida e tomada por outros reinados durante toda a sua historia. Por isso quando viajamos pela ilha vemos torres ao longo de quase toda sua extensão. As torres eram uma forma de proteção contra os invasores e algumas ainda permanecem inteiras e outras em ruínas. Tudo vira cartão postal.
O que me chama atenção é que a Córsega tem quase todos os micro climas do planeta, muitas montanhas de grande altitudes, geleiras, termas, rios e praias. As estações do ano são realmente fiéis, no inverno chega a nevar, no verão o calor é forte e na primavera e outono também corresponde as mudanças das estações climáticas.
Na hora de comer há uma variedade de deliciosos pratos mediterrâneos e para quem gosta de frutos do mar é uma boa pedida. Adoro comer também entrecôte com salada, diferente do que estamos acostumados aqui no Brasil é o corte da entrecôte dando um outro sabor a carne. Para o aperitivo há uma farta escolha de produtos corsos como: "figatellu, coppa, lonzu, prisuttu, saucisse", além dos queijos e vinhos produzidos na ilha.
Então para quem quer sair dos tradicionais roteiros de viagem eu indico a Córsega ou como eles a chamam, Córsica. É possível chegar de avião ou cruzeiros. Existem dois os aeroportos, um em Bastia e outro em Ajaccio. Os cruzeiros partem da costa Azul, litoral da França, e da costa italiana existem varias opções de cidades como: Nice, Toulon, Savone, Livorno e outras.
Eles adoram o Brasil e quando você diz que é brasileiro são super receptivos. Na ilha é possível alugar um carro para passear e conhecer muitos lugares mágicos. Também existem ônibus e um trem que liga Bastia a Ajaccio, passando por floresta e regiões montanhosas. É algo que nunca vi em outros lugares e vale muito a pena fazer esse passeio.
Para quem gosta de caminhar, existe também um circuito de caminhadas. São trilhas que os antigos pastores percorriam e hoje existem albergues que alojam os trilheiros. É possível escolher quantos dias quer caminhar, passando por pequenos vilarejos entre as montanhas e florestas. Para quem gosta do mar tem opção de mergulhar em um dos mares mais transparentes, com excelente visibilidade. É possível observar inúmeras espécies de animais marinhos, também podemos passear de catamarãs e outros barcos que fazem passeios por lugares fantásticos com pausas para mergulho e com direito a refeições a bordo. No verão, entre os meses de junho e setembro, isso é perfeito.
No verão também acontecem muitos festivais de música, Festival de Calvi, Porto Latino, Patrimônio. Como se trata de verão é o momento de alta muitos turistas chegam na ilha essa época, momento de maior arrecadação monetária para o comércio local.
Agora vou indicar uma praia, um restaurante e uma cidade que eu nunca deixo de passar quando estou por lá.La Plage d'Argent, Coti-Chiavari é uma praia de areia fina e água transparente e, por estar um pouco afastada dos centros, ainda está bem preservada e tem um excelente restaurante e bar que leva o nome da praia e funciona no verão durante o dia e noite. É o paraíso.
O restaurante “La sassa” em Nonza é um achado. Por estar escondido em uma península que fica no cabo Córsega, nordeste da ilha, precisa de um carro para chegar mas a estrada a beira mar é um espetáculo que faz o passeio se tornar mais atrativo.Aí você chega em um pequeno vilarejo de aproximadamente 400 habitantes no verão. Estacione o carro próximo a igreja e entre pela pracinha principal, que fica bem em frente à igreja, passe por umas casas e portal medieval subindo as escadas em direção a torre. Além de uma super vista com um pôr do sol no mar, irão encontrar em meios as pedras e casas em ruínas o Restaurante La Sassa. O cardápio tem várias opções: deliciosas massas, saladas, frutos do mar, carnes e ótimas sobremesas. O restaurante também oferece música ao vivo e tem sempre um bom DJ, que segue a noite junto ao bar com altos coquetéis até as 2H da manhã durante o verão.
E uma da minhas cidades favoritas é Bonifácio, uma cidade medieval, portuária e super charmosa, um bom lugar para comprar lembranças e artesanatos. Napoleão também morou por um período nessa cidade. Suas ruelas com restaurantes e uma vista impressionam. Parte dessas casas e restaurantes ficam a beira, no alto de falésias, outro cartão postal. O estreito de Bonifácio separa a Córsega da ilha italiana da Sardenha e é possível dar uma esticadinha para a Sardenha já que há saídas diárias em barcos.
O que me faz querer sempre voltar à Córsega, além das belezas e variedades exóticas dessa ilha, é a recepção e levar a nossa cultura musical que eles tanto adoram e apreciam, me permitindo uma agenda cheia especialmente no período do verão.
Nesses últimos dois anos voltei para tocar na festa de Réveillon à bordo do cruzeiro de luxo Mega Express e pude conferir como é a ilha no inverno. Apesar de ser bem mais calmo do que no verão, a ilha fica bem atraente e intimista. No interior dos restaurantes pratos e bebidas quentes com as chaminés esquentando, no alto das montanhas a neve dando aquele toque e algumas pequenas estações para esquiar!
Fica a minha dica de um lugar pouco conhecido do velho continente europeu e quem sabe não nos encontramos por lá um dia desses?
Renê Nunes
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