Antes de arrumar todas as fotos, vídeos e textos sobre toda essa viagem, vou contando algumas historinhas e curtas passagens interessantes do que tem acontecido por aqui.
Uma das coisas que eu aprendi durante as minhas conversas com a Aline nos últimos meses, é que não importa a roubada em que você tenha se metido ou dificuldade que encontre durante uma viagem, o mais importante é simplesmente manter a calma e pensar friamente em como solucionar isso.
E tive que usar esse ensinamento no PRIMEIRO momento em que desembarquei na minha tour pelo norte da Europa, no último domingo.
Por conta de alguns detalhes burocráticos, eu tive que passar uma noite em Riga, na Letônia, antes de vir pra Finlândia, onde estou passando essa primeira semana.
Um grande amigo meu havia visitado Riga há algum tempo e me recomendou um hostel, o Naughty Squirrel. Entrei no site uma semana antes de viajar e tentei reservar uma cama, mas eu não tenho cartão de crédito e eles não trabalham com paypal.
Então eu mandei um email pra eles perguntando se havia alguma outra maneira de fazer essa reserva. A resposta deles foi não, mas que esses dias a lotação do hostel não tem sido completa, então eu poderia ir mesmo sem reservar uma cama.
Desembarquei em Riga exatamente à meia-noite de domingo pra segunda, sob uma temperatura de 4 graus negativos e nevando. Essa foi a minha primeira experiência com neve, então até aquele momento eu estava achando tudo incrível.
Com o endereço do hostel em mãos, peguei um táxi até lá e fui apreciando a belíssima paisagem de Riga pela janela do carro.
Em 15 minutos eu estava lá e toquei a campainha do hostel. A moça da recepção atendeu e disse as simpáticas palavras: ESTAMOS LOTADOS!
Evidente que um pequeno desespero bate nesse momento, mas como falei antes, é preciso manter a frieza pra resolver o problema. Então eu perguntei pra ela (pelo interfone, debaixo de neve) se havia outro hostel na região pra me recomendar.
Ela falou que sim, na rua do lado havia o Ala Hostel. Excelente, já que parecia bem perto mesmo. Chegando lá, não havia campainha, interfone e nem nada do tipo. Apenas um aviso: PARA FALAR COM A RECEPÇÃO, LIGUE PARA O NÚMERO X. Como assim? Esses caras não sabem que turistas normalmente viajam sem um chip de telefone em mãos pra ligar?
Novamente foi preciso me manter calmo pra resolver aqui. Eu procurei um wi-fi, já que com os créditos que tenho no Skype eu poderia fazer essa ligação e fazer alguém abrir a porta pra mim. Pra minha surpresa, o próprio Ala Hostel tinha um wi-fi free, então eu sentei na escada e liguei pra eles. As palavras foram novamente encorajadoras: NÃO ACEITAMOS HÓSPEDES DEPOIS DAS 8 DA NOITE!
Ok, era 1 hora da manhã de uma segunda feira, com 4 graus abaixo de zero, nevando, com uma mala de 20kg e eu não tinha um lugar pra dormir na capital de um país báltico que era completamente desconhecido por mim.
A pergunta que fiz pra garota no telefone foi novamente a mesma: tem outro lugar que você pode me indicar? E ela me falou TEM O RED NOSE HOSTEL, QUE FICA NA RUA DE TRÁS.
Lá fui eu arrastando a mala por mais um quarteirão e achei a placa do Red Nose, acima de uma imensa porta de madeira, e novamente sem campainha ou interfone. Bati na porta algumas vezes e não houve retorno. Achei que seria interessante tentar abrir porta sozinho, e pra minha surpresa, ela abriu.
Lá dentro, achei um intefone e depois de tocar três vezes uma menina apareceu uma menina com cara de sono e mau humorada, mas disse que havia uma cama disponível por 12 euros, que é o preço médio na Europa.
Foi a melhor coisa que eu poderia ouvir aquele dia e talvez a melhor cama em que eu já dormi na vida.
E só consegui deitar nela por causa da calma e da frieza na hora certa.
É fácil, juro! ;)
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