A Itália é um país legal por muitos motivos, é claro que você sabe disso. Mas quando eu digo muitos, pode acreditar que são inúmeros, realmente.
Eu, particularmente, tenho dois bons motivos pra gostar tanto de lá.
O primeiro é o fato da Itália ser uma grande confusão. Todo mundo fala alto, todo mundo se xinga, o trânsito é uma zona completa, ninguém chega no horário combinado. É impossível não se sentir em casa.
De Roma pra baixo então, você pode multiplicar tudo isso por algumas vezes (o sul da Itália é bem mais simples e humilde do que o norte, que é mais "almofadinha" e metido a besta).
Nessa minha viagem pela Sicília ouvi de um local: "Aqui não temos leis. Temos sugestões. Se você seguir ou não, tá tudo em ordem". Nada mais Brasil, vai dizer? Adorei isso! É um contraponto legal aos países mais ao norte da Europa, sempre tão certinhos e polidos (o que eu também gosto, fique claro).
E o segundo motivo mais legal pra mim é o fato de que, invariavelmente, você vai acabar tropeçando numa pedra que tem uma história milenar pra te contar. Poucos países no mundo têm o privilégio de contar com tantos lugares especiais historicamente falando e num nível de conservação altíssimo quando a Itália.
As coisas são tão incríveis que existem vários sítios arqueológicos ainda mais antigos do que o já antigo Império Romano. Foi o que eu vi ao chegar em Siracusa, uma cidade simpaticíssima e que fica no sudeste da Sicília, a cerca de uma hora de Catânia.
É em Siracusa que fica o Parque Arqueológico de Neápolis, um complexo bem grande que guarda diversas ruínas tão antigas que dá até uma confusão mental na hora de fazer contas.
O principal lugar do Parque é o fantástico Teatro Greco de Siracusa. Eu sei que parece estranho, mas eu achei fantástico visitar um teatro grego na Itália. Ele foi construído no século V antes de Cristo e antes mesmo do ano zero chegar, foi reformado pela rapaziada do Império Romano.
Entrar em Neápolis é a famosa "viagem no tempo", qualquer coisa que você olhe ali é tão velha e tão rica de história que dá pra ficar muitas horas parado, só admirando aquilo tudo. É claro que algumas partes do Teatro estão um pouco detonadas, mas o estado de conservação de uma parada que tem mais de 2.500 anos é de arrepiar.
A visita começa na parte de cima, onde se tem uma visão geral do teatro e também rola de enxergar parte do skyline de Siracusa, incluindo a Basílica Santuário Madonna delle Lacrime, que tem um formato triangular, bem diferente de uma igreja convencional.
Depois dá pra descer e ir até o pedaço em fica o palco. Lá de baixo é ainda mais legal, porque o Teatro "cresce" pra cima de você e aí dá pra ter uma noção exata do tamanho e da imponência daquilo tudo.
Se hoje a gente está acostumado com construções gigantescas e ainda fica encantado com um lugar desse, eu imagino na época em que ele foi feito.
E como vocês devem ter notado aí pelas fotos, eu estava praticamente sozinho na minha primeira visita a um teatro grego na Itália. Com exceção de um grupo de estudantes, acompanhados por um professor, não haviam mais turistas por lá.
Por isso sempre digo pra vocês, amigos leitores: viajem na baixa temporada! É infinitamente melhor em absolutamente todos os aspectos. É mais barato, mais vazio, mais autêntico.
O pessoal lá me disse que Siracusa fica lotada no verão, e consequentemente, o teatro também. E não dá pra comparar a experiência de visitar um sítio desse quase que inteiro só pra você ou com uma horda de turistas fazendo fila pra tudo.
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O Viagem Criativa viajou para Itália a convite do Travel Blogger Destination 2015 e com o apoio da Cotação Câmbio.
