Visitar um país novo é das coisas mais legais que a gente pode fazer nessa vida. E duvido que você discorde disso.
É sempre divertido conhecer novas cidades, culturas, comidas, bebidas e idiomas.
Mas como qualquer outra coisa, existe uma parte chata. A sempre famosa burocracia. Mesmo que numa viagem de férias a maioria das pessoas tenda a lidar com isso de maneira mais leve, ela pode atrapalhar quem não tiver um mínimo de planejamento.
Então do mesmo jeito que eu fiz um post de dicas sobre a Alemanha, estou fazendo esse aqui, com dicas sobre a Colômbia. Reuni o que considero mais importante para a sua estadia ser a mais tranquila possível.
Imigração
Já passei pelo processo de imigração em vários países diferentes, mas confesso que nunca vi nada tão rigoroso quanto chegar em Bogotá (bom lembrar que nunca fui para os Estados Unidos). Nem mesmo a temida imigração de Londres foi tão minuciosa quanto essa.
Mesmo que seu destino final seja outra cidade da Colômbia, a imigração deve ser feita no aeroporto de Bogotá, o El Dorado (nenhuma companhia aérea voa do Brasil pra outra cidade colombiana). Pra entrar na Colômbia, os brasileiros podem escolher entre levar o passaporte ou a carteira de identidade. Mas no caso da segunda opção, ela precisa ter sido emitida há menos de 10 anos! E carteira de habilitação não é aceita! Eu sempre prefiro levar o passaporte, especialmente porque adoro carimbos novos nele!
Além disso, a vacina contra a febre amarela também é obrigatoria. Você precisa tomá-la pelo menos 10 dias antes de embarcar (é o tempo necessário para ela começar a agir).
Como eu falei no post introdutório sobre essa viagem, eu encontraria meu irmão em Bogotá pra vermos o show do Deftones e depois iríamos pra Medellín, onde ele mora.
Quando expliquei isso para a oficial da imigração colombiana, ela logo perguntou qual hotel eu ficaria em Bogotá. E foi bem clara: sem essa informação eu não seria liberado. Estando tudo em ordem, você recebe o visto de 90 dias no país.
Passada essa parte, é necessário passar pelo controle aduaneiro, onde você declara quais equipamentos eletrônicos e qual a quantidade de dinheiro que está levando (esse formulário é distribuído ainda dentro do avião). Eles fazem isso pra bater com a sua declaração na saída do país. Como o meu destino final era Medellín, o oficial também disse que era obrigatório escrever o endereço de onde eu ficaria lá. Sem essa informação, nada feito.
Liberado do controle aduaneiro, você encontra uma "parede" de policiais com simpáticos cães farejadores. Dado o histórico recente da Colômbia com o narcotráfico, nada mais natural do que esse controle rígido. A escolha de quem será farejado me pareceu aleatória e acabei passando direto por essa parte.
Quando achei que estava tudo acabado, vem a quarta etapa: todos precisam passar as bagagens por uma máquina de raio-x e ser scanneados individualmente para SAIR do aeroporto. Ou seja, mais uma fila.
Então a dica sobre a Colômbia no quesito imigração é seguinte: não minta, tenha em mãos todos os documentos necessários para a viagem (comprovante de hotéis, passagens internas e de volta, endereços de onde vai ficar) e programe-se pra ficar um bom tempo no aeroporto. O processo por lá é bem demorado!
Dinheiro
Trocar dinheiro é sempre aquela desgraça, né? Odeio a sensação de estar perdendo dinheiro e pode acreditar: isso sempre acontece quando se troca moedas.
Mas como essa parte é inevitável, algumas dicas podem ajudar pra diminuir o prejuízo.
A Colômbia é essencialmente um país mais barato do que o Brasil, do ponto de vista de um turista. Comida, bebida, táxis e transporte público custam menos por lá do que estou acostumado a pagar em São Paulo.
A moeda é o peso colombiano e o dia a dia funciona na base do milhar, então é tudo 10 mil pesos, 50 mil pesos, 100 mil pesos e por aí vai. Quando eu estive lá (maio de 2018), o câmbio era mais ou menos o seguinte: 10 mil pesos equivaliam a 13 reais. Depois do primeiro dia ficou fácil converter. Era só tirar os 3 zeros e adicionar uns 30%.
Alguns exemplos: a corrida de táxi do aeroporto de Bogotá até o centro da cidade deu 25 mil pesos (perto de 32 reais e em São Paulo sairía pelo menos 60). Uma refeição com bebida sai algo em torno de 25 mil pesos. Uma cerveja no bar, entre 5 e 7 mil pesos.
Valiosa dica sobre a Colômbia: prefira o dinheiro vivo ao cartão. A oferta de comida de rua por lá é incrível e esse pessoal só trabalha com cash. Muitos lugares pequenos, bares e cafés também só trabalham com espécie (ou no máximo cartão de débito.) E acredite em mim: você não quer deixar de comer aquela arepa de rua ou tomar aquele café incrível que eles têm por lá.
Chip para celular
Depois que a gente se acostuma a ficar o tempo conectado, depender de wifi nas viagens é quase que uma tortura.
As operadoras de celular do Brasil sabem bem disso e há algum tempo venho reparando que a propaganda sobre roaming internacional aumentou bastante.
Eu fui consultar minha operadora pra ver se valeria a pena ativar esse serviço para os meus dias na Colômbia, mas descobri que os preços ainda são bastante proibitivos (pelo menos pra mim haha).
Sendo assim, logo que desembarquei em Bogotá fui até um shopping para ver os preços das operadoras locais.
Fui em três lojas e a que mais valia a pena pra mim era a Claro. Por 53 mil pesos (uns 70 reais) eu comprei um chip com 2GB de internet, válidos por um mês. Mas como eu ficaria apenas uma semana por lá, foi mais do que suficiente. A velocidade de conexão foi alta mesmo quando eu visitei lugares não tão centrais. E devo dizer: que alívio não ficar pedindo senha de wifi a cada parada pra comer ou beber!
O vendedor da Claro me disse que assim que eu atingisse 80% desses 2GB, eu receberia um SMS de aviso. Eu passei todos os dias abusando especialmente do Instagram (postei MUITOS stories!) e nunca cheguei a receber o tal SMS. Ou seja, passei longe dos 2GB.
Se você for ficar mais tempo na Colômbia, tente ver um plano que se adeque ao que você precisa, mas não deixe de comprar um chip!
Transporte
Ok, já começo essa parte dizendo que a única coisa que odiei na Colômbia foi o trânsito e os meios de transporte.
Eu nunca vi nada sequer parecido. Carros velhos, motoristas alucinados, nenhum respeito a leis básicas de trânsito e um tráfego infernal (e vale repetir que moro em São Paulo!)
As coisas são ainda piores em Bogotá, já que lá não existe metrô (algo que Medellín tem). O transporte de ônibus é uma piada, com veículos caindo aos pedaços e sem nenhuma prioridade pra andar nas ruas. Ah! Não existem pontos de ônibus também. Você faz sinal, tanto para pegar quanto para descer do coletivo e o motorista pára ali mesmo. Parece brincadeira, mas é assim mesmo.
Enfim, apesar disso, Bogotá tem a vantagem de ter táxis muito baratos, mas o grande ponto é que perde-se muito tempo se locomovendo entre os lugares. Por isso o planejamento do seu dia tem que levar isso em consideração. Priorize visitas próximas umas das outras para não correr o risco de jogar fora várias horas do seu dia. O Uber também funciona por lá, mas ele é ilegal (sim, isso mesmo: ele existe, mas não poderia existir). Então sempre tem o risco do seu carro ser abordado por um taxista questionando se o carro é um Uber. Ou seja, você precisa andar no banco da frente e eventualmente precisará fingir que é amigo do condutor. Eu juro!
Em Medellín as coisas são um pouco melhores. Apesar do táxi ser mais caro, o metrô ajuda bastante (mas fique esperto porque ele está sempre lotado, não importa o horário), já que os principais pontos da cidade têm estações perto.
Como falei, essa foi a única coisa que não gostei na Colômbia. E convenhamos, com um pouco de planejamento é fácil evitar alguns desses estresses no trânsito.
Minha última dica sobre a Colômbia? Vá! O mais rápido possível! :D