Ainda outro dia, no post sobre a minha passagem por Freiburg, eu dizia que ter pouco tempo pra visitar um lugar é meio chato e que atrapalha bastante a percepção que você terá sobre esse destino. Basta você pegar um dia chuvoso, um feriado com o comércio fechado ou encontrar alguém sem educação pra pedir informação e pronto: suas impressões já não serão nada legais desse lugar.
Se isso já é ruim numa cidade (como foi lá na Floresta Negra), o que dizer quando isso acontece em um país inteiro? Quando o pessoal do Visit Luxembourg entrou em contato comigo oferecendo uma blog trip aqui pro Viagem Criativa, fiquei bastante empolgado. Só que no programa que me enviaram dizia que eu teria apenas dois dias e uma noite pra ficar em Luxemburgo. Como assim, só dois dias para visitar um PAÍS?
Não me parecia o ideal, já que eu sempre imagino que vou gostar do lugar e querer ficar mais tempo. Mas lá fui eu cheio de empolgação conhecer um dos micro-países mais famosos da Europa.
Cheguei numa terça-feira de manhã e logo conheci meus guias, a Sandy e o Sr. Kieffer (que veja só, falava português!). Eles foram incríveis, ultra simpáticos e me deram um panorama bem detalhado da história de Luxemburgo e do que acontece nos dias de hoje por lá. Logo de cara, já me explicaram que o idioma oficial de lá é o LUXEMBURGUÊS que eu, no alto da minha ignorância, nem sequer sabia que existia. A sonoridade me pareceu um pouco com o alemão e eles me disseram que de fato existe essa similaridade.
No primeiro dia eu fiquei apenas na capital de Luxembourg. Depois de um rápido almoço, saímos para uma caminhada que serviu pra conhecer boa parte do que tem por lá. Eles me explicaram que a cidade tem duas populações: uma durante o dia e outra durante a noite. Isso porque quase metade das pessoas que trabalham na capital de Luxemburgo, não mora lá. Inclusive, boa parte desse pessoal sequer mora no país! Muita gente vem todo dia da Alemanha, França e Bélgica pra trabalhar lá. E isso faz toda a diferença: durante a noite a cidade fica realmente vazia, diferentemente do horário comercial.
A minha primeira impressão da cidade não foi muito diferente da maioria dos lugares europeus que eu já havia visitado. Prédios baixos, com arquitetura clássica e várias praças cercadas por cafés, bares e restaurantes. O primeiro ponto de relevância que passamos foi a Chambre des Deputes, o Congresso Nacional deles. Lá, os deputados fazem o seu trabalho e o Grão Duque, quando está na cidade, despacha. O que chama a atenção é o guardinha que fica marchando sem parar na porta do prédio, carregando um baita trabuco a tira-colo. Eu imagino que ele jamais precisará usá-lo num lugar tão tranquilo como Luxemburgo, mas vai saber, né?
Mas basta sair um pouco desse mini-centrinho pra perceber que a capital de Luxemburgo não tem nada a ver com nenhum lugar da Europa. A cidade foi construída num lugar com uma geografia bem complicada. São várias colinas e vales, fazendo com que os altos e baixos sejam uma constante na cidade (perceba agora o porquê do título do post! :D).
E a cidade existe tanto no alto das colinas como na base dos vales. Pra todo lugar que se olhe, é possível enxergar as várias maneiras de conectar essas partes altas e baixas da cidade.
São muitas (mas muitas mesmo!) pontes, viadutos, escadas, rampas e ladeiras. Tem até um elevador, que leva pessoas e carros de um lado pro outro o tempo todo. Se você estiver na parte alta, vai ver muita coisa abaixo de você, e estando lá embaixo, vai ficar com torcicolo pra avistar o que acontece lá em cima.
É legal demais ver um lugar tão diferente e perceber que mesmo com essas dificuldades geográficas, o pessoal conseguiu fazer tudo funcionar perfeitamente. O ponto negativo disso tudo é que a capital de Luxemburgo talvez seja a cidade menos amigável para ciclistas e pedestres que eu já visitei. Mas com um pouquinho de fôlego - e algumas paradas para tomar um ar e uma água - tudo se resolve.
Aliás, essa história de altos e baixos pode ser determinante pra você escolher onde se hospedar quando for visitar Luxemburgo. Basta pensar que de qualquer maneira, você vai ter que encarar uma subida, seja pra sair do seu hotel, seja pra voltar pra ele. E a melhor maneira de você encontrar hotéis baratos em Luxemburgo, é usando o Detecta Hotel. A ferramenta de busca e comparação deles é imbatível, e os caras ainda têm um app pra iPhone e Android que facilita ainda mais a vida dos viajantes. E com o Detecta Hotel você ainda pode conseguir descontos de até 80% no hotel!
Ficar atravessando pontes ou subindo e descendo colinas pode parecer algo meio monótono, certo? E de certa forma é mesmo, ainda mais quando se tem pouco tempo pra ficar por lá.
Só que tudo fica mais legal com uma olhada mais atenciosa. Durante a nossa caminhada por uma das colinas da cidade, o Sr. Kieffer me explicou que havia um grande castelo no topo dela. Algumas paredes desse castelo ainda podem ser vistas por lá, principalmente a que fazia parte de uma das torres. São ruínas do longínquo ano de 963 que ainda estão ali preservadas no meio da cidade.
Embaixo dessas ruínas, vem a parte mais divertida disso tudo. Essa colina sob o castelo é inteiramente escavada por dentro e um gigantesco sistema de túneis chamado Casemates Bock fazia parte da defesa da cidade. Qualquer um pode visitar esses túneis e passar algumas horas como se estivesse alguns séculos atrás. Na entrada, existe um aviso explicando que o passeio não é recomendado para quem sofre de claustrofobia, já que em alguns momentos, esses túneis ficam realmente bem estreitos.
Ali, soldados usavam grandes buracos feitos na pedra para surpreender possíveis inimigos com potentes canhões - algumas réplicas ainda podem ser vistas por lá. Todo esse complexo foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e pode apostar, garantem algumas horas bem interessantes na capital da Luxemburgo.
O final desse passeio é quase sempre igual, pelo menos nas palavras dos meus guias, a Sandy e o Sr. Kieffer: todos cansados pelo sobe e desce quase infinito que a capital de Luxemburgo nos impõe.
Mas obviamente, isso está longe de ser uma reclamação. Dá pra se divertir bastante em um lugar tão diferente do que estamos acostumados.
Recuperado o fôlego, havia chegado a tarefa mais difícil do dia: era a hora de escolher um bar e provar algumas das cervejas locais. Como não costumo recusar convites desse tipo, topei o desafio!
O Viagem Criativa viajou até Luxemburgo a convite do Visit Luxembourg e com o apoio do Detecta Hotel
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