Como você deve ter percebido pelo título desse post, ele vai tratar de um assunto legal demais e que está sempre presente numa viagem à Europa: os parques. Seja ele mega conhecido como o Hyde de Londres ou meio obscuro como o Görlitzer em Berlim, os parques quase nunca ficam de fora numa viagem pra lá.
Mas antes de mostrar algumas das coisas que eu vi nos divertidos parques da capital da Alemanha, vou desviar um pouco desse assunto. Talvez você me ache meio esquizofrênico, mas eu quero falar sobre os aeroportos de Berlim. Parques e aeroportos normalmente não têm nada a ver entre si, mas logo você vai entender o motivo dessa mudança de tema.
Berlim tem hoje (em maio de 2014), dois aeroportos funcionando: Tegel e Schönefeld. Acredite em mim, ambos são horrorosos e fazem qualquer berlinense morrer de vergonha quando esse assunto entra em pauta. Pequenos, improvisados e cheios de "puxadinhos". Conheço alguns aeroportos brasileiros e digo tranquilamente que TODOS eles são melhores que os de Berlim, eu juro!
Uma das consequências desse desastre que são os aeroportos de lá é que a imensa maioria das companhias aéreas do planeta prefere voar pra Frankfurt ou Munique do que pra Berlim. Aqui do Brasil por exemplo, os voos pra Alemanha são justamente pra essas duas cidades. E obviamente isso traz um enorme prejuízo pra capital alemã.
Acontece que o Tegel e o Schönefeld não deveriam sequer existir mais. Um imenso aeroporto, chamado Brandemburgo, está sendo construído na região sul de Berlim. Ótimo, não? Finalmente um aeroporto à altura de uma cidade como a capital da Alemanha. Acontece que a construção do Brandemburgo é um dos maiores escândalos da história recente da Alemanha.
Programado inicialmente pra ser aberto em 2010, sua inauguração já foi adiada 4 vezes e hoje em dia, a previsão mais otimista é a de que ele fique pronto só em 2016. Sem falar nos gastos, que já foram superados em alguns bilhões de euros.
Eu fiz todo esse desvio no assunto inicial do post por um único motivo: até alguns anos atrás essa situação aeroportuária de Berlim era um pouco melhor. Isso porque até 2008, havia um terceiro aeroporto em funcionamento por lá, o Tempelhof. Naquele ano, o novo aeroporto já estava sendo construído e sua inauguração ainda estava dentro do primeiro prazo programado. Ou seja, o fechamento dos outros três aconteceria gradualmente.
O primeiro a parar de funcionar foi o Tempelhof. E por enquanto, ele foi o único a fechar. Como nada deu certo no novo aeroporto, os outros dois seguem abertos. O Tempelhof foi o principal aeroporto usado pelos nazistas durante a Segunda Guerra e tem uma localização bem mais central em relação aos outros dois na cidade.
Com o seu fechamento, muito se discutiu sobre o que fazer com a imensa área que deixaria de funcionar. Afinal, não é lá muito fácil achar utilidade, da noite pro dia, pra algo tão grande como um aeroporto.
Numa grande discussão entre a população e as autoridades, decidiu-se que o Tempelhof viraria um parque, o que de fato aconteceu dois anos depois, em 2010. Ele mudou de nome, agora se Tempelhofer Field e é o maior parque da capital alemã.
Sua maior atração é a pista de pouso, que foi transformada numa ciclovia gigante. Imagina que legal andar com a sua bike pela mesma pista que os aviões usavam para pousos e decolagens?! E isso é muito simples de ser feito. Berlim é uma cidade muito amigável para os fãs da bicicleta. Mesmo que você não tenha uma, consegue alugar bikes em vários lugares pagando muito barato.
E eu recomendo: se for pegar uma delas, corra pro Tempelhofer pra se divertir!
Mas um ex-aeroporto deve ter muito mais a oferecer do que apenas uma ciclovia, certo?
E sim, ele tem! Nas áreas abertas do Tempelhofer Field, você tem inúmeras possibilidades pra passar horas com a família ou amigos.
Quadras poliesportivas, biergartens (aqueles imensos jardins que os alemães usam pra tomar cerveja) e áreas específicas pra várias atividades. Tem uma só pra você levar sua grelha e fazer um churrasco, outra para voar com parapente e até mesmo um mini golfe, que é muito popular com as crianças.
As áreas construídas do antigo Tempelhof também oferecem muita coisa pra quem resolve visitá-lo. Existe um passeio guiado por dentro dos prédios e terminais do aeroporto.
Tudo lá dentro foi preservado e durante esse passeio você é levado a todos os setores e apresentado aos detalhes de como se opera o aeroporto de uma grande capital européia.
Esse passeio é pago e dura cerca de duas horas. O preço hoje (maio de 2014) é de 13 euros e você pode fazer a compra antecipada dos seus ingressos direto no site do parque.
Eu tentei fazer esse tour por dentro dos prédios, mas visitei o Tempelhofer durante o feriado de Páscoa e por isso, infelizmente, os guias não estavam trabalhando.
Em todo caso, fiz uma boa caminhada pela área externa dos prédios e deu pra ter uma boa ideia de como as coisas funcionavam por ali na época do aeroporto.
O grande destaque, pra mim, foi a entrada principal. Bastante imponente, o prédio tem um pequeno estacionamento, o letreiro que ainda diz Zentralflughafen (aeroporto central, em alemão) e uma imensa cabeça de águia na frente desse estacionamento.
Segundo um texto informativo abaixo dela, a águia inteira ficava no pedestal que ainda pode ser visto no topo do prédio, e ela segurava a suástica até o final da Segunda Guerra. Obviamente o símbolo nazista foi destruído, mas a cabeça da águia foi preservada com o propósito de nunca esquecer essa época negra da história alemã. E ela segue lá, contando essa história a quem visita o Tempelhof.
ATUALIZAÇÃO!
Um dia antes da publicação desse post, aconteceu um referendo popular em Berlim, com o objetivo de decidir o futuro do Tempelhofer Field.
Havia um projeto para a construção de 4.800 residências no espaço do parque, ideia que foi rejeitada por 65% dos berlinenses.
Com isso, nada muda no Tempelhofer e você pode seguir planejando sua viagem para a capital alemã incluindo esse incrível parque no roteiro!
Se depois do passeio no Tempelhofer você ainda tiver energia pra mais uma caminhada, aqui vai uma segunda recomendação de parque em Berlim: vá até o Viktoriapark.
Ou seja, essa área de Berlim é incrivelmente privilegiada, já que não é em todo lugar que você tem dois parques incríveis tão perto. Isso significa que ali é uma ótima opção para você se hospedar durante passagem pela cidade. E a melhor maneira de você encontrar hotéis baratos em Berlim ou hotéis baratos na Alemanha, é usando o Detecta Hotel. A ferramenta de busca e comparação deles é imbatível, e os caras ainda têm um app pra iPhone e Android que facilita ainda mais a vida dos viajantes.
Em menos de 10 minutos a pé, a partir do antigo aeroporto, você vai encontrar um parque bem pequeno, mas incrivelmente lindo e com uma atração a parte, a belíssima cachoeira que corta o terreno.
Como ele fica numa espécie de colina relativamente íngreme, eu sugiro que você comece o seu passeio pela parte de cima. Lá, existe um mirante que oferece uma vista de 360º da cidade e é de tirar o fôlego!
Nesse mirante, há um monumento dedicado ao rei Frederik William III da Prússia, que lutou durante as Guerras Napoleônicas. Muita gente passa o dia lá em cima, fazendo piqueniques e apreciando a vista.
Sem dúvida, o grande destaque do Viktoriapark é a sua cachoeira artificial, inaugurada no final do século 19.
Quando você está no mirante e olha pra baixo, consegue ver todo o caminho que a água percorre até chegar ao lago que fica na parte inferior do parque. Mais do que isso, é possível ver boa parte da cidade, já que a Grossbeerenstrasse, rua que começa na porta do parque, segue o mesmo caminho da cachoeira, dando a impressão de que, mesmo no asfalto, ela continua existindo fora do parque.
Pra mim, a grande diversão foi descer a cachoeira pela sua borda, o que pode ser um pouco complicado dias mais úmidos, já que a terra fica escorregadia. Mas não chega a ser exatamente perigoso.
Ao longo desse caminho, é possível ver várias coisas diferentes, pessoas sentadas ali conversando, tirando fotos e até fazendo piquenique nas pedras bem ao lado do curso d'água.
Depois de alguns minutos descendo (como falei, é melhor começar o passeio pelo mirante e depois descer, que é obviamente mais fácil do que subir), chega-se ao florido lago onde a cachoeira desemboca.
O Viagem Criativa viajou a Berlim com o apoio do Detecta Hotel
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