Uma das coisas mais legais de ter participado do Blog Island em Malta foi o fato de que não havia um roteiro pré-programado. Ninguém dizia que deveríamos estar em num lugar X ou Y numa determinada hora.
Essa liberdade de ação torna tudo muito mais autêntico, já que uma simples volta no quarteirão pode ser surpreendente quando você está num país desconhecido.
Como Malta é um país bem pequeno, o número de atrações e lugares "obrigatórios" pra se visitar é bem menor, se comparado com grandes cidades. Por causa disso, não tem como fugir da obviedade na hora de fazer o roteiro: todos vão pros mesmos lugares! E é aí que eu valorizo ainda mais a liberdade que nos deram, já que podíamos escolher os melhores horários e dias menos procurados pela maioria dos turistas.
No meu terceiro dia - um domingo - eu havia decidido conhecer uma vila de pescadores no sul da Ilha de Malta, chamada Marsaxlokk. O nome é meio estranho, mas depois de algum tempo é divertido sair falando Marsaxlokk pra cima e pra baixo. Podem tentar, eu garanto!
Eu já tinha lido numa dessas listas estilo Buzzfeed: "30 cidades que você não acredita que existem" que a Marsaxlokk é linda, incrível e tem um mercado de peixes a céu aberto todos os domingos, o que faz essa pequena vila muito famosa na Europa.
Saindo de Valletta pra lá, não foi nenhuma surpresa levar mais de uma hora pra percorrer 16 quilômetros, afinal eu já comentei no post sobre a capital e sobre a Ilha de Gozo que dirigir bem não é uma qualidade que se pode dar aos malteses.
Dessa vez eu fui de ônibus pra lá e, apesar de ser bem sinalizado, é fácil perder o ponto e passar batido pela entrada de Marsaxlokk. Isso porque ela fica numa rua que se parece com todas as outras de Malta. Não tem nada de especial, só uma plaquinha mostrando que deve-se virar à esquerda num certo momento. Então recomendo bastante atenção quando estiver indo pra lá.
Entrar na vila é bem divertido e impactante. Ela não tem nada a ver com as casinhas marrons e ruas estreitas que estão por toda a parte em Malta.
Casas coloridas, uma quantidade inacreditável de restaurantes - todos servindo os peixes dali mesmo! -, barcos à perder de vista, muitos turistas e como não poderia deixar de ser, muita gente tentando se aproveitar deles. Foi a única vez que vi ambulantes e vendedores de souvenirs no meio da rua durante a minha estada em Malta. Até aqueles vendedores de relógios, tão comuns no centro de São Paulo, estavam lá.
Mas apesar de tantas diferenças, dava pra ver algumas semelhanças com o restante do país. A principal delas era a alegria e simplicidade dos moradores locais. Ainda mais por ser um domingo, dia de descanso pra maioria, foi fácil ver grupos de velhos amigos sentados, tomando alguma bebida e curtindo a folga. É fácil distinguir locais e turistas num lugar como Marsaxlokk.
Fiquei ali andando pelo calçadão um bom tempo, de um lado pro outro pra sacar o movimento e ver melhor o que tinha pra se fazer ali.
Aparentemente comer é quase uma unanimidade lá, porque a quantidade de restaurantes é absurda. De verdade, devem ser mais de 50, um ao lado do outro e com mesas à beira mar, um baita diferencial naquele dia de calor. Por ser uma vila minúscula, o número de restaurantes lá realmente me chamou a atenção. Não vi nenhum estabelecimento comercial que não fosse de comida ou bebida, sério! Nem hotel eu vi, então não sei se você consegue se hospedar lá. Como fiquei em Valletta, recomendo que você faça o mesmo. E a melhor maneira de você encontrar hotéis baratos em Marsaxlokk ou hotéis baratos em Malta, é usando o Detecta Hotel. A ferramenta de busca e comparação deles é imbatível, e os caras ainda têm um app pra iPhone e Android que facilita ainda mais a vida dos viajantes. Só com o Detecta Hotel você pode conseguir descontos de até 80% no hotel!
De uma ponta à outra do calçadão você não leva mais do que 15 ou 20 minutos caminhando tranquilamente. Quando cheguei até o final da vila comecei a ficar intrigado: cadê o tal mercado de peixes mais famoso do universo? Até então eu só tinha visto peixe nos pratos das pessoas almoçando do meu lado, nada mais.
Resolvi voltar até a entrada da vila - pedir informação nem pensar, né? - e olhar com mais atenção, pra ver se eu tinha perdido alguma coisa. Cheguei lá, e nada. Nem uma barraquinha vendendo peixe, nenhum pescador descarregando sua mercadoria. Apenas barcos vazios e restaurantes.
Vencido pela dúvida, resolvi parar numa sorveteria e perguntar pro amigo que trabalhava lá onde era o tal do mercado. A resposta foi tão simples quanto frustrante pra mim: não havia mercado naquele domingo. Era feriado em Malta.
São 52 domingos por ano e eu apareci em Marsaxlokk justamente no único em que o mercado não estava funcionando. Foi o azar batendo nas minhas costas e dizendo pra eu nunca esquecer que ele existe.
Ok, não havia nada que eu pudesse fazer além de lamentar, o mercado não iria aparecer ali se eu chorasse ou ajoelhasse pedindo pra alguém.
Mas o que me restou não foi exatamente ruim. Sentei ali numa mesa, pedi uma cerveja e almocei vendo uns velhinhos rosados pelo sol indo de um lado pro outro, muito provavelmente procurado o mesmo mercado que eu, aquele que não existia naquele domingo. Tá valendo, fica pra próxima!
Esse post é resultado da campanha Blog Island Malta, criada e gerida pelo iambassador em conjunto com o Malta Tourism Authority e o apoio da Air Malta. O Viagem Criativa contou com o apoio do Detecta Hotel e mantém o total controle editorial do conteúdo publicado nesse blog.
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