Se o Caribe te parece inacessível por causa dos altos preços, chegou a hora de rever isso!
Hoje a nossa amiga Valéria Moraes nos dá um panorama do incrível arquipélago de Los Roques.
Ela fez essa viagem há pouquíssimo tempo e conta agora tudo que você pode aproveitar do Caribe em plena Venezuela!
Os preços baixos, a excelente comida e o visual incrível são alguns dos grandes atrativos que levam os turistas até lá. Pra gastar ainda menos, compare os preços de hotéis em Los Roques usando o Detecta Hotel, os descontos podem chegar a até 80%!
Quando se pensa em ir ao Caribe, logo vem à cabeça o peso de uns bons milhares de reais e a sensação de que não é pro nosso bico. Eis que descubro haver (acredite, muita gente não sabe), em território venezuelano, um arquipélago cravado naquele mesmo mar de águas límpidas e calmas, iguaizinhas às mais clássicas imagens que se tem desse paraíso. Mas mais que isso: o exato fato de não ser tão conhecido, habitado, divulgado, faz deste lugar uma das prováveis poucas últimas opções pra quem quer conhecer as belezas naturais da região sem se submeter a praias cheias, passeios e alimentação caros, mega resorts com praias privativas etc.
Esse lugar se chama Los Roques, e está a apenas 176 km da capital venezuelana, Caracas. Desde que foi declarado Parque Nacional, o arquipélago tem sua população limitada, e atualmente não chega a 2 mil habitantes. Em Gran Roque, a ilha principal e mais habitada, não há asfalto, carros, (polícia também não vi), tampouco há necessidade disso. Não é permitido o comércio de ambulantes, nem que estabelecimentos permaneçam abertos a partir de meia-noite (havia poucos, 2 ou 3, mas nem por isso espere pagar absurdos por uma bebida: os preços são equivalentes aos de qualquer vendinha da esquina, em horário comercial). Vi um hospital, duas escolas, uma igreja.
Não está permitida a ampliação de construções na ilha, e acredito que pela primeira vez pude entender o significado do já batido termo “desenvolvimento sustentável”. Com seu potencial, sem um braço forte, Los Roques já teria se tornado o que Fernando de Noronha se tornou para os brasileiros: financeiramente impossível.
A maioria das pousadas inclui em suas diárias, além do tradicional café da manhã, um lanche para os passeios (que costumam durar de 10h até as 17h) e o jantar. Fechei com a Venebrasil (www.venebrasil.com.br) um pacote que incluía hospedagem de uma noite em Maiquetía, com transfer de ida e volta para o aeroporto (em caso de viagem pela Gol, há que se hospedar lá na ida, e pela TAM, na volta), passagens aéreas para a ilha e hospedagem na pousada Casa de Sol, escolhida por ser a mais barata – e que, pra minha surpresa, tinha refeições excepcionalmente bem elaboradas e saborosas, feitas pelo excelente cozinheiro José. Um casal de brasileiros que também se hospedou lá me informou que, tendo fechado estadia diretamente com a Sol, estavam pagando por tudo isso o equivalente a R$ 70/pessoa a diária, valor que, convenhamos, não pagaria nem aquele delicioso jantar se em um restaurante no Brasil.
A impressão que tive é de que a ilha inteira funciona como um grande negócio de amigos, onde todo mundo ganha o seu e ninguém fica insatisfeito (especialmente o turista): a dona da pousada conhece todos os organizadores de passeios e todo mundo se comunica de modo a atender muito bem os visitantes. Assim fez a Sol, que nos levou até o píer de onde saem os barcos e nos apresentou ao Dani. É sabido que o câmbio não oficial de dinheiro no país é crime, entretanto, era inevitável não recorrer ao paralelo. No câmbio oficial, o dólar estava valendo 6 ou 7 bolívares, e nas ruas chegava a 36 bolívares. Assim, os passeios mais distantes acabaram custando o equivalente a 10 dólares. Refeições, entre 5 e 7 dólares.
Há passeios para fins variados, mas na maioria eles, nada de muvuca ou qualquer estrutura. Trata-se quase sempre de ilhas extremamente limpas, sem casas ou pessoas que não visitantes. Apesar de esta (mês de agosto) ser de alta temporada, tudo ocorria de forma muito tranqüila e organizada. As ilhas Francisquí e Madrisquí, mais próximas a Gran Roque, possuem pequenos restaurantes de moradores, tudo muito simples, acolhedor e com um cardápio que apesar de restrito a peixes e frutos do mar, era também muito saboroso.
Um dos passeios mais distantes (cerca de 50 minutos), e também o mais aclamado pela opinião geral, é o de Cayo de Água. Não se pode dizer que esteve em Los Roques sem registrar em pelo menos uma foto aquele fabuloso istmo com ondas calmas de um lado e do outro.
Boca de Sebastopol e Crasquí foram os melhores passeios para a prática de snorkeling. Há intensa vida marinha em todo o arquipélago, e não é preciso ir muito longe para conseguir ver peixes das mais variadas espécies, cores e tamanhos, além de corais etc.
Em Noronsquí pude ver lindas tartarugas. Em Espenquí e na fabulosa Laguna Rabusquí (que é mais calma que o mais calmo dos rios que já vi) há muitas estrelas do mar. Em Carenero, a sensação de estar em uma enorme piscina infantil no meio do oceano!
Los Roques possui várias ilhas catalogadas, mas, além disso, incontáveis bancos de areia. O mais conhecido e visitado é Bajo Fabian, com muitas gaivotas esperando por um pedacinho de pão (que buscam na sua mão, sem muito receio). Também é bastante indicado para snorkeling.
Em Dos Mosquises, é possível conhecer um bonito trabalho desenvolvido por pesquisadores locais para a preservação das mais variadas espécies de tartarugas marinhas.
Em Gran Roque, tudo acaba se tornando uma gostosa experiência: a simplicidade que norteia a vida dos moradores; as brincadeiras das crianças nas ruas; os cachorros amigáveis (espalhados por toda a ilha, de muitas raças); as centenas de gaivotas na eterna labuta de mergulhar à procura de um peixe; sair a pé pela ilha buscando uma teta para espantar o calor (um tipo de geladinho que tem o formato de uma teta); o aeroporto que é mesmo só uma pista (que vai de uma ponta à outra da ilha) com uma casinha para recebimento da taxa de preservação; o clube onde se praticam os principais esportes locais: bocha e softball. Tudo ali é simples e real demais pra não te fazer respirar em plena calma e esquecer tudo o que deixou pra trás.
Há que se destacar, também, o velho farol de onde se pode ver um pôr-do-sol exuberante colorir de tons avermelhados as casinhas de toda a ilha. À noite, o Café Arrecife é o principal ponto para quem deseja beber drinks mirabolantes e dançar ali mesmo, na areia, ao som de muita salsa e reggaeton.
A essa altura, não se pode dizer que Los Roques é um paraíso escondido: o destino é o mais famoso daquele país, e depois de queridinho entre italianos e espanhóis, já ocupa lugar cativo entre muitos brasileiros (apesar de que 10 entre 10 pra quem falei do lugar, não faziam ideia do que se tratava). O que faz desta uma viagem excepcional é que o glamour não está em nada feito pelo homem, mas na sua boa vontade em preservar tantas belezas naturais, cobrando por isso preços bastante razoáveis.
Pra finalizar, algumas dicas:
- Em Los Roques faz calor o ano inteiro. Chuvas são poucas e em pouquíssimas épocas do ano, e nada que lhe impeça de ir pra lá. Assim, leve sempre roupas muito leves e um par de havaianas. Nada mais será necessário. Isso é importante inclusive pela limitação de bagagens, que não devem pesar mais que 10 (DEZ!!) quilos. É o que suportam levar as pequenas aeronaves que transitam por lá.
- Equipamento para snorkeling, mergulho, kite surf, etc., tudo pode ser facilmente encontrado para aluguel, inclusive próximo ao porto de onde saem os barcos. Não precisa (nem vai ser possível) incluir isso na sua pequena mochila!
- Assim que chegar a Maiquetía, não se arrisque em trocar dinheiro no próprio aeroporto: espere chegar ao local onde for se hospedar naquela noite para trocar no máximo 50 dólares/pessoa. É o que você vai precisar para jantar e pagar as taxas do aeroporto nacional e de preservação do parque ao chegar.
Demais, hein?
E se você tem um roteiro daquele lugar desconhecido, não pense duas vezes: escreva pra gente!
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